segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Refletindo a Educação com Augusto Cury


A Educação está morrendo

 
A educação moderna está em processo de falência no mundo todo. Educar tem sido uma tarefa desgastante e pouco eficiente. Não por culpa dos educadores e nem pela falta de limites dos filhos imposta pelos pais, mas por um problema mais grave que está ocorrendo nos bastidores da mente humana e que os cientistas sociais e os pesquisadores da psicologia não estão compreendendo.

O ritmo de construção de pensamento do homem moderno acelerou-se doentiamente, gerando a síndrome SPA, ou síndrome do pensamento acelerado. Estudaremos essa síndrome adiante.

Os jovens estão desenvolvendo coletivamente a síndrome SPA. Tal síndrome faz com que eles procurem ansiosamente novos estímulos para excitar suas emoções e como não os encontram, ficam agitados e inquietos. A sala de aula tornou-se um canteiro de tédio e stress, por isso não se concentram e têm pouco interesse em aprender.

Os professores são como cozinheiros que elaboram alimentos para uma plateia sem apetite. Os conflitos em salas de aula estão conduzindo os professores a adoecer coletivamente no mundo todo. Na Espanha, 80% deles estão profundamente estressados. No Brasil, de acordo com pesquisa realizada pela Academia de Inteligência, um instituto que dirijo, 92% dos educadores estão com três ou mais sintomas de stress e 41% estão com dez ou mais, dos quais se destacam: cefaleia, dores musculares, excesso de sono, irritabilidade. Como eles conseguem trabalhar? Às custas de prejudicar intensamente sua qualidade de vida.

 
Análise da Inteligência de Cristo - O Mestre do Amor

             A escola desconsiderou o maior educador do mundo. A educação incorporou muitas teorias, mas não levou em consideração o maior educador do mundo. Se as escolas estudassem e usassem, sem uma bandeira religiosa, a psicopedagogia e os princípios da inteligência do mestre dos mestres, certamente ocorreria uma revolução em sala de aula.

O que é educar? Educar é produzir um homem feliz e sábio. Educar é produzir um homem que ama o espetáculo da vida. Desse amor, emana a fonte da inteligência. Educar é produzir uma sinfonia em que rimam dois mundos: o das ideias e o das emoções.

Se as escolas conhecessem os procedimentos educacionais que Jesus aplicou, elas não apenas formariam um homem saudável, mas teriam professores com mais qualidade de vida. Infelizmente, quase ninguém mais valoriza os educadores. Entretanto, eles são os profissionais mais nobres da sociedade. Os psiquiatras tratam do homem doente e os juízes julgam os réus. E os professores? Eles educam o homem para que ele não tenha transtorno psíquico e nem se sente nos bancos dos réus.

Os professores, embora desvalorizados, são os alicerces da sociedade. Eles precisam ter subsídios para resolver os conflitos em sala de aula, educar a emoção e fazer laboratórios do desenvolvimento da inteligência. Jesus fazia laboratórios educacionais do mais alto nível. Fazia laboratório das funções mais importantes da inteligência, laboratório de superação, laboratório do treinamento do caráter, oficina de psicologia preventiva. Quem andava com ele resgatava o sentido da vida e desejava ser eterno. Quem deseja ser eterno é porque aprendeu a amar a vida, a realçar sua autoestima e a não gravitar em torno de seus sofrimentos. Essa é uma faceta da inteligência espiritual.

Quando o mestre da emoção dizia: Amai o próximo como a ti mesmo, ele estava fazendo um excelente laboratório de autoestima. Se não amar a vida que pulsa em mim, independentemente de meus erros, como vou amar o próximo? Não espere amar as pessoas se você não ama a sua vida. Não espere ser solidário com os outros se você é carrasco de si mesmo.

Jesus sabia ensinar os homens a pensar e a navegar nas águas da emoção. Queria tratar das feridas da alma e cuidar do bem estar das pessoas. Não estava preocupado com a sua imagem social. Corria todos os riscos por causa de um ser humano. Será que muitos dos que o admiram são capazes de amar o ser humano desse modo? Você compreende que por detrás dos belos sorrisos das pessoas que o rodeiam, há algumas profundamente feridas e que elas não sabem como pedir ajuda?

Ficaremos pasmados ao estudar que mesmo quando estava morrendo, Jesus fazia raios X da emoção das pessoas e se preocupava com elas. O sangue que escorria pelo seu corpo não era suficiente para fazê-lo deixar de se preocupar com cada ser humano. Suas lesões musculares não conseguiam sufocar seu ânimo. Ele tinha uma capacidade irrefreável de amar e refrigerar a emoção humana. Que título podemos dar a ele senão O mestre do amor”?

 

CURY, Augusto Jorge. O Mestre do Amor. São Paulo: Academia de Inteligência, 2002.

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