A Educação está morrendo
A educação moderna está em processo de
falência no mundo todo. Educar tem sido uma tarefa desgastante e pouco eficiente.
Não por culpa dos educadores e nem pela falta de limites dos filhos imposta
pelos pais, mas por um problema mais grave que está ocorrendo nos bastidores da
mente humana e que os cientistas sociais e os pesquisadores da psicologia não estão
compreendendo.
O ritmo de construção de pensamento do
homem moderno acelerou-se doentiamente, gerando a síndrome SPA, ou síndrome do
pensamento acelerado. Estudaremos essa síndrome adiante.
Os jovens estão desenvolvendo
coletivamente a síndrome SPA. Tal síndrome faz com que eles procurem
ansiosamente novos estímulos para excitar suas emoções e como não os encontram,
ficam agitados e inquietos. A sala de aula tornou-se um canteiro de tédio e
stress, por isso não se concentram e têm pouco interesse em aprender.
Os professores são como cozinheiros que
elaboram alimentos para uma plateia sem apetite. Os conflitos em salas de aula
estão conduzindo os professores a adoecer coletivamente no mundo todo. Na
Espanha, 80% deles estão profundamente estressados. No Brasil, de acordo com
pesquisa realizada pela Academia de Inteligência, um instituto que dirijo, 92%
dos educadores estão com três ou mais sintomas de stress e 41% estão com dez ou
mais, dos quais se destacam: cefaleia, dores musculares, excesso de sono,
irritabilidade. Como eles conseguem trabalhar? Às custas de prejudicar
intensamente sua qualidade de vida.
Análise da Inteligência de Cristo - O Mestre do Amor
O que é educar? Educar é produzir um
homem feliz e sábio. Educar é produzir um homem que ama o espetáculo da vida.
Desse amor, emana a fonte da inteligência. Educar é produzir uma sinfonia em
que rimam dois mundos: o das ideias e o das emoções.
Se as escolas conhecessem os
procedimentos educacionais que Jesus aplicou, elas não apenas formariam um
homem saudável, mas teriam professores com mais qualidade de vida. Infelizmente,
quase ninguém mais valoriza os educadores. Entretanto, eles são os
profissionais mais nobres da sociedade. Os psiquiatras tratam do homem doente e
os juízes julgam os réus. E os professores? Eles educam o homem para que ele
não tenha transtorno psíquico e nem se sente nos bancos dos réus.
Os professores, embora desvalorizados,
são os alicerces da sociedade. Eles precisam ter subsídios para resolver os
conflitos em sala de aula, educar a emoção e fazer laboratórios do desenvolvimento
da inteligência. Jesus fazia laboratórios educacionais do mais alto nível. Fazia
laboratório das funções mais importantes da inteligência, laboratório de
superação, laboratório do treinamento do caráter, oficina de psicologia
preventiva. Quem andava com ele resgatava o sentido da vida e desejava ser
eterno. Quem deseja ser eterno é porque aprendeu a amar a vida, a realçar sua
autoestima e a não gravitar em torno de seus sofrimentos. Essa é uma faceta da
inteligência espiritual.
Quando o mestre da emoção dizia: Amai o
próximo como a ti mesmo, ele estava fazendo um excelente laboratório de autoestima.
Se não amar a vida que pulsa em mim, independentemente de meus erros, como vou
amar o próximo? Não espere amar as pessoas se você não ama a sua vida. Não espere
ser solidário com os outros se você é carrasco de si mesmo.
Jesus sabia ensinar os homens a pensar e
a navegar nas águas da emoção. Queria tratar das feridas da alma e cuidar do bem
estar das pessoas. Não estava preocupado com a sua imagem social. Corria todos
os riscos por causa de um ser humano. Será que muitos dos que o admiram são
capazes de amar o ser humano desse modo? Você compreende que por detrás dos
belos sorrisos das pessoas que o rodeiam, há algumas profundamente feridas e
que elas não sabem como pedir ajuda?
Ficaremos pasmados ao estudar que mesmo
quando estava morrendo, Jesus fazia raios X da emoção das pessoas e se preocupava
com elas. O sangue que escorria pelo seu corpo não era suficiente para fazê-lo
deixar de se preocupar com cada ser humano. Suas lesões musculares não
conseguiam sufocar seu ânimo. Ele tinha uma capacidade irrefreável de amar e refrigerar
a emoção humana. Que título podemos dar a ele senão “O mestre do amor”?
CURY, Augusto Jorge. O Mestre do Amor. São Paulo: Academia
de Inteligência, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário